Alunos denunciam ameaça e abuso de poder em Escola Estadual Militarizada

 

Os estudantes já procuraram a direção da escola outras vezes para relatar o abuso moral, contudo, nada foi feito (Foto: Secom/RR)

Alunos da Escola Estadual Militarizada Profª Maria de Lourdes Neves, no bairro Pintolândia, em Boa Vista, denunciaram à reportagem da Rádio 93FM, nesta quarta-feira (15), abuso de poder e ameaças na instituição por parte de militares que trabalham no local.

De acordo com os estudantes, uma aluna procurou a coordenação da escola para relatar que um outro estudante teve problemas com o celular. É que conforme ela, o aparelho travou no meio da aula e ficou tocando músicas.

Assim, um dos militares teria passado nas salas recolhendo os celulares de todos os alunos e ameaçou prender quem se recusasse entregar o aparelho. Além disso, alguns estudantes chegaram a ser suspensos.

Uma aluna que preferiu não ser identificada, disse que os alunos receberam com surpresa a ação. “Todo mundo é de maior, não somos crianças e se a gente se opor contra ele [o agente], ele acha ruim e ameaça dizendo que vamos sair de lá presos. Essa é uma das maiores ameaças e vive ameaçando se a gente não fizer o que ele manda“, disse.


Problema recorrente

Conforme os alunos, essa não foi a primeira primeira vez que ocorreu problemas com a postura do militar. Os estudantes já procuraram a direção da escola outras vezes para relatar o abuso moral, contudo, nada foi feito.

“Tentamos conversar com as pedagogas, mas as pedagogas não poderiam fazer nada pois ele é o maioral lá quando o coronel não está. As pedagogas só pediram paciência da gente e falaram que ia conversar com ele para ver o que poderia ser resolvido”, explicou.

Do mesmo modo, os estudantes explicaram que por estudarem à noite, não podem ficar sem o aparelho celular. Alguns deles têm filhos, familiares idosos ou doentes que podem aciona-los em casos de emergência.

“Muitos alunos têm gente doente em casa e precisam conversar. No entanto, ele [ o militar] não quis nem saber, só pediu o telefone e foi isso. Eu mesmo tenho um filho pequeno em casa e não posso ficar sem meu telefone, pois pode vir ocorrer algo com os meus filhos. Então, foi puro abuso de poder a gente não podemos fazer nada. Ele simplesmente não devolveu o celular na hora do recreio […] ele não pode fazer isso, até porque somos de maior e é um item pessoal”, finalizou.

A reportagem procurou a Secretaria de Educação para esclarecimentos sobre o caso. Por meio de nota, disse que a Lei Estadual proíbe uso de aparelhos celulares dentro de salas de aula, bibliotecas da escola, laboratórios de informática, espaços de estudo e quadras esportivas das instituições, exceto se inseridos no desenvolvimento de atividades didáticas.

Disse também que afastou o servidor de sua função no colégio e encaminhado para a coordenação dos colégios estaduais militarizados no âmbito da Polícia Militar de Roraima.

FONTE: Rádio 93 FM

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