Ditadura de Daniel Ortega manda fechar universidades e fundações de caridade ligadas à Igreja Católica

Depois de prender opositores e religiosos, fechar jornais e reprimir manifestações, a ditadura nicaraguense fecha o cerco contra a liberdade acadêmica - Foto: Reprodução/TN8


O regime de Daniel Ortega, na Nicarágua, ordenou o fechamento de duas universidades ligadas à Igreja Católica e uma fundação de combate ao câncer, acusando-as de descumprimento das leis. A ação ocorreu nesta terça-feira (7).

A decisão ocorre num contexto de perseguição religiosa, essa é mais uma ação de Ortega contra grupos ligados ao catolicismo.

A Universidade Juan Pablo II e a Universidade Autônoma Cristã (Ucan) foram submetidas a entregar ao Conselho Nacional de Universidades "informação sobre alunos, docentes, carreiras, planos de estudos, bases de dados de matrículas e habilitações (Registo Acadêmico)".

Os alunos serão integrados em outras universidades e seus bens serão transferidos para o Estado, de acordo com as normas da Lei 1.115 sobre organizações sem fins lucrativos.

Em ambos os cancelamentos, o Ministério do Interior informou que as autoridades das universidades não reportaram demonstrações financeiras e que seus conselhos caducaram.

As informações foram publicadas no jornal oficial La Gaceta. O periódico informou também que organizações de caridade da Igreja Católica optaram por uma "dissolução voluntária". Os grupos Caritas Nicarágua e Caritas Diocesana de Jinotega receberam a autorização e formalização do Ministério do Interior para encerrar suas atividades.

O governo de Ortega mandou encerrar as atividades da Fundação Mariana de Combate ao Câncer no país. A instituição, também ligada à Igreja Católica, foi acusada de não prestar contas há mais de quatro anos.

As tensões entre a Igreja Católica e a ditadura nicaraguense aumentaram em 2018. Vários templos abrigaram manifestantes feridos nos protestos que eclodiram naquele período. Os religiosos também se tornaram porta-vozes contra os abusos cometidos pela polícia nicaraguense.

Desde 2018, o governo de Daniel Ortega promoveu a:

  • perseguição de opositores;
  • repressão de quem discorda do atual governo;
  • compra dos meios de comunicação;
  • criação de leis que permitem a expansão do poder e da duração de seu regime;
  • perseguição de religiosos e defensores dos direitos humanos;
  • expulsão de ordens religiosas;
  • proibição do culto;
  • fechamento de ONGs e associações pró-direitos humanos;
  • restrição do ingresso ao país com objetos que possam registrar imagens e vídeos;
  • perseguição de familiares de opositores ao regime.

Fonte: Brasil Paralelo

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